• contato@labci.online
  • revista.divulgaci@gmail.com
  • Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho - RO
v. 2, n. 8, ago. 2024
Entrevista com Thalyta Barboza sobre sua pesquisa que explora o reconhecimento do Jornal A União como Patrimônio Cultural

Entrevista com Thalyta Barboza sobre sua pesquisa que explora o reconhecimento do Jornal A União como Patrimônio Cultural

Abrir versão para impressão

Entrevista com Thalyta Barboza sobre sua pesquisa que explora o reconhecimento do Jornal A União como Patrimônio Cultural

Thalyta Braga Barboza

lyta.braga@gmail.com

Sobre a entrevistada

A mestra Thalyta Braga Barboza defendeu, em 2023, sua dissertação de mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal de São Carlos sob orientação da Prof. Dra. Barbara Coelho Neves.

Natural de João Pessoa (PB), Thalyta tem como hobbies a leitura e os estudos. Tanto que já cursou o Bacharelado em Arquivologia e Biblioteconomia, atualmente cursa também a Licenciatura em Letras – Português.

Em sua dissertação, intitulada “A memória nas Páginas do Jornal A União: características para reconhecimento como patrimônio cultural”, Thalyta buscou discutir as características do Jornal A União, enquanto espaço de memória. O Jornal “A União”, segundo a pesquisadora, faz parte da historiografia paraibana, que desde sua fundação, ainda 1873,  registra a história o cotidiano do povo paraibano e os mais diversos acontecimentos históricos. Nesse contexto, a pesquisadora levantou as características do jornal, as legislações e tentativas do governo para torná-lo patrimônio histórico cultural.

Thalyta nos conta, nesta entrevista, como se deu o desenvolvimento de sua pesquisa, suas perspectivas e experiências no mestrado.

Divulga-CI: O que te levou a fazer o mestrado e o que te inspirou na escolha do tema da dissertação

TB: O mestrado era meu verdadeiro sonho e pude concretizar na UFSCar. Estudar numa universidade tão comprometida e dedicada ao corpo discente, foi uma honra para mim e agradeço imensamente a todos os docentes e a secretaria do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da UFSCar.

DC: Quem será o principal beneficiado dos resultados alçados?

TB: O jornal A União, a Ciência da Informação, a sociedade brasileira e paraibana, a memória e o patrimônio cultural brasileiro.

DC: Quais as principais contribuições que destacaria em sua dissertação para a ciência e a tecnologia e para a sociedade? 

TB: Posso dizer que nesta dissertação tem muito estudo sobre memória e patrimônio cultural. Nela, me aprofundei muito em patrimônio cultural para poder compreender e a descrever com as palavras que as pessoas, em geral, pudessem entender de fato o que é. A redação sobre a memória se tornou mais suave, pois sempre fui amante da temática. 

DC: Seu trabalho está inserido em que linha de pesquisa do Programa de Pós-Graduação? Por quê?

TB: Está na Linha 2: Tecnologia, Informação e Representação. Trata-se de uma contextualização de um patrimônio cultural vivo que é o Jornal A União, um jornal com mais 130 anos de existência, e até hoje é impresso, e conta o cotidiano paraibano e brasileiro em suas páginas. É um dos jornais impressos mais antigos do Brasil e pode ser considerado um espaço de memória. É um espaço de memória, no qual eu trabalhei em sua editora como estagiária e depois como arquivista pesquisadora. Foi uma experiência indescritível e eu precisava registrar a contribuição cultural da A União, um patrimônio cultural vivo.

DC: Citaria algum trabalho ou ação decisiva para sua dissertação? Quem é o autor desse trabalho, ou ação, e onde ele foi desenvolvido?

TB: Estudei muito para poder escrever sobre memória e patrimônio cultural, mas nunca poderei deixar de falar dos meus queridos autores como Aleida Assmann, Paul Ricoeur, Maurice Halbwachs, Henri Bergson, Pierre Nora, Darcy Ribeiro, Pierre Bourdieu, Aline Canine, Roger Chartier, Le Goff, Carlos Lemos e a obra rara de Martins e, todos os outros que citei na minha dissertação.

DC: Quais foram os passos que definiram sua metodologia de pesquisa?

TB: Os primeiros passos foi ler tudo que podia sobre memória e patrimônio cultural; e para isso tive que investir em diversos livros. Logo depois fui buscar a história do jornal A União; para isso, procurei fontes diretamente com a arquivista responsável pelo arquivo do jornal, e nessa exploração encontramos uma obra rara e foi por ela que me aprofundei na história do jornal. Após isso, fui ver as legislações e comecei a investigar o arquivo fotográfico, do qual resgatei algumas fotografias de seu acervo e coloquei no catálogo da dissertação, em sua maioria de domínio público. Posso dizer, que a metodologia foi bibliográfica, descritiva, exploratória, investigativa, o método utilizado foi o indutivo, do objeto de estudo jornal A União para a sociedade brasileira e paraibana.

DC: Quais foram as principais dificuldades no desenvolvimento e escrita da dissertação?

TB: A principal dificuldade foi que  travei quando minha mãe teve Covid-19, parei de produzir. Mas quando ela melhorou voltei a escrever. Pesquisadores são seres humanos, somos família e temos sentimentos, por isso, digo que fui muito acolhida na UFSCar, pois passei um mês sem escrever nada, mas depois voltei a produzir.

DC: Em termos percentuais, quanto teve de inspiração e de transpiração para fazer a dissertação?

TB: Dediquei quase um ano exclusivamente para a dissertação, e me baseei nos clássicos da memória e do patrimônio cultural, em obras raras, em pesquisas e relatos de jornais antigos, em legislações vigentes. Em publicações da Unesco, em historiadores como Darcy Ribeiro.

DC: Teria algum desabafo ou considerações a fazer em relação à caminhada até a defesa e o sucesso da dissertação?

TB: Posso dizer que aprendi muito com todos os meus professores e professoras da UFSCar, que encontrei amigos de verdade que fizeram o mestrado comigo. E acrescento, que ser representante dos alunos me deixou mais próxima do corpo docente e discente. O segredo é estudar, é buscar literaturas, é se dedicar para fazer uma boa dissertação e claro trazer inovações, como fizemos um catálogo para provar a existência do jornal A União impresso com mais de 130 anos atualmente.

DC: Como foi o relacionamento com a família durante este tempo?

TB: O relacionamento com a família foi muito bom, pois fiz meu Mestrado na pandemia, as aulas eram remotas, só que minha mãe teve Covid-19 e meu padrasto um AVC. Graças a Deus, pude dar assistência aos meus velhinhos que moram em João Pessoa-PB, ela ficou bem e ele também na época, hoje guardo sua memória na minha existência, ele veio a falecer esse ano.

DC: Agora que concluiu a dissertação, o que mais recomendaria a outros mestrandos que tomassem seu trabalho como ponto de partida?

TB: Recomendo aos apaixonados por memória e patrimônio cultural que leiam meu trabalho. A pesquisa foi feita com muito dedicação, deixei até minha profissão para me dedicar por inteira. Minha dica é que mergulhem na literatura científica e aproveitem cada segundo.

DC: Como você avalia a sua produção científica durante o mestrado? Já publicou artigos ou trabalhos resultantes da pesquisa? Quais você aponta como os mais importantes? 

TB: Publiquei artigos, participei de eventos até na Universidade do Porto.

DC: Desde a conclusão da dissertação, o que tem feito e o que pretende fazer em termos profissionais?

TB: Desde antes de terminar a dissertação estou tentando processos seletivos para doutorado, concursos  para bibliotecária e arquivista e também estou cursando a graduação de Licenciatura em Letras Português.

DC: Pretende fazer doutorado? Será na mesma área do mestrado?

TB: Pretendo, sim. Já tentei quatro doutorados, mas na área de memória e patrimônio apenas dois e cheguei quase lá… Posso dizer uma coisa, nunca desisto dos meus sonhos. Irei tentar até passar.

DC: O que faria diferente se tivesse a chance de ter começado sabendo o que sabe agora?

TB: Poderia ser mais grata e aproveitaria ainda mais a chance de estudar numa universidade tão acolhedora. Posso dizer que sinto saudades e que me dedicaria novamente nos estudos e na busca de aprender sempre mais.

DC: O que o Programa de Pós Graduação fez por você e o que você fez pelo Programa nesse período de mestrado?

TB: A UFSCar foi uma verdadeira Mãe para mim, lá me ajudaram muito. Eu pedi demissão do trabalho para poder me dedicar a dissertação por inteira e consegui a bolsa da CAPES. Em tudo que eu precisava, eu podia contar com a Universidade. Minha palavra é gratidão eterna.

DC: Você por você:

TB: Minha palavra é gratidão por tudo e principalmente por ter o título de Mestra, pois foi um grande sonho realizado. Sou Thalyta, amo ler, adoro animais de estimação, amo as plantas, gosto de viajar e conhecer lugares históricos, amo minha família e meus amigos e amigas.


Entrevistada: Thalyta Braga Barboza

Entrevista concedida em: 06 ago. 2024 aos Editores.

Formato de entrevista: Escrita 

Redação da Apresentação: Ana Julia Pereira

Fotografia: Thalyta Braga Barboza

Diagramação: Ana Júlia Pereira

0

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Translate »
Pular para o conteúdo