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v. 3, n. 1, jan. 2025
Acesso aberto diamante em pauta, por André Appel

Acesso aberto diamante em pauta, por André Appel

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Acesso aberto diamante em pauta

André Appel

appel@unir.br

Dos dias 8 a 14 de dezembro de 2024, tive a oportunidade de participar como integrante da delegação brasileira na Segunda Conferência Mundial sobre Acesso Aberto Diamante, sediada na Cidade do Cabo, África do Sul.

Essa conferência tem como objetivo promover o acesso aberto diamante e viabilizar a troca de experiências, a proposição de políticas e a criação de infraestruturas para esse modelo de publicação. O acesso aberto diamante compreende a publicação de periódicos científicos sem a cobrança de quaisquer taxas ou assinaturas, seja de leitores ou de autores. Dessa forma, envolve periódicos que, em geral, são mantidos com recursos e mão de obra institucionais, além de apoio financeiro derivado de variadas fontes. Esse modelo, embora seja recorrente e praticado desde os primórdios da Web em muitos países, ainda é pouco privilegiado, devido ao favorecimento dos periódicos publicados por grandes editoras comerciais, que antigamente operavam no modelo por assinatura e, atualmente, praticam a cobrança de taxas aos autores.

Logotipo da 2ª Conferência Mundial sobre Acesso Aberto Diamante

A conferência, tanto nesta quanto em sua primeira edição, sediada na cidade de Toluca, México, preza pela diversidade das vozes participantes, estimulando a presença de delegados e palestrantes de diversos países.

Nesta edição, houve foco na temática e na promoção de ações de decolonização da comunicação científica. No pré-evento intitulado “Conferência do Departamento de Conhecimento e Administração de Informação sobre o Avanço da Justiça Social através do Realinhamento Curricular”, houve extenso debate sobre as formas de implementar a diversidade, a justiça social e a conscientização sobre o acesso aberto e seus impactos no ensino da Biblioteconomia e da Ciência da Informação.

Ainda, na pré-conferência intitulada “Ciência Aberta no Sul”, já em sua terceira edição e com o tema “As Publicações Científicas Africanas que Queremos”, houve discussões sobre a colaboração entre países para a construção de infraestruturas compartilhadas de acesso aberto, além de treinamentos em tecnologias inovadoras para a publicação nesse modelo.

Uma discussão transversal às três conferências foi a crítica aos modelos de avaliação em pesquisa praticados por instituições e países. Enfatizou-se que as avaliações têm persistido em adotar modelos excludentes, que desprivilegiam e marginalizam inúmeras publicações, especialmente as da via diamante. Isso impacta a diversidade regional, social, temática, cultural e linguística, entre outros aspectos, pois as publicações e seus autores precisam se moldar às diretrizes homogeneizantes dos periódicos do eixo comercial. Tal adaptação é frequentemente necessária para que suas produções constem em bases de dados reconhecidas ou para que viabilizem avanços na carreira ou novas fontes de financiamento.

Assim, diversos compromissos foram firmados pelos delegados e representantes institucionais presentes para reverter esse cenário. Além disso, houve a atualização do “Manifiesto sobre la Ciencia como Bien Público Global: Acceso Abierto No Comercial”, decorrente da primeira edição.

Nota dos editores:

Recomendamos aos nossos leitores o episódio “O Futuro da Ciência é Aberto” [Ep. 79] do Podcast da Revista AtoZ, com a participação do professor André Appel.

Podcast disponível em:

REVISTA AtoZ. O Futuro da Ciência é Aberto. Apresentação: Arthur Freire & Diocsianne Moura. Convidado: André Appel. Podcast Revista AtoZ, ep. 79, 2024. Podcast (YouTube). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?feature=shared&v=lF-4HzVPpWU >. Acesso em: 10 jan. 2025.

Sobre o autor

André Luiz Appel

Professor do Departamento Acadêmico de Ciência da Informação da Universidade Federal de Rondônia. Atua como pesquisador no Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – Brasília.

Doutor e Mestre em Ciência da Informação pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia e Universidade Federal do Rio de Janeiro. Bacharel em Gestão da Informação pela Universidade Federal do Paraná. Bacharel em Biblioteconomia pela Universidade Federal de Goiás.


Redação: André Appel

Foto:  André Appel

Diagramação e Revisão: Pedro Ivo Silveira Andretta

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