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v. 2, n. 4, abr. 2024
Entrevista com Cinthia Thamiris Fernandes sobre sua pesquisa com a promoção do acesso à informação indígena nas bibliotecas do Instituto Federal do Ceará

Entrevista com Cinthia Thamiris Fernandes sobre sua pesquisa com a promoção do acesso à informação indígena nas bibliotecas do Instituto Federal do Ceará

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Entrevista com Cinthia Thamiris Fernandes sobre sua pesquisa com a promoção do acesso à informação indígena nas bibliotecas do Instituto Federal do Ceará

Cinthia Thamiris Fernandes

thami.eller@gmail.com

Sobre a entrevistada

Em 2022, a bibliotecária- documentalista Cinthia Thamiris Fernandes defendeu sua dissertação de mestrado profissional em Biblioteconomia pelo Programa de Pós-Graduação em Biblioteconomia da Universidade Federal do Cariri – UFCA, sob orientação do Prof. Dr. Erinaldo Dias Valério.

Aos 36 anos e natural de Juazeiro do Norte, Ceará, Cinthia Thamiris tem como hobbies fazer trilhas, estar com seus pets, assistir filmes e, em suas palavras, “uma boa leitura, é claro”. Atualmente, é bibliotecária – documentalista no Instituto Federal do Ceará – Campus Cedro.

Em sua dissertação, intitulada “Revitalizar histórias e culturas subalternizadas: a informação indígena nas Bibliotecas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará“, investigou como as bibliotecas do Instituto Federal do Ceará podem ajudar a promover o acesso à informação indígena na Educação Básica e teve como objetivo mapear a informação indígena no acervo e usá-la como recurso educativo.

Convidamos Cinthia para nos contar, nesta entrevista, como se deu o desenvolvimento de sua pesquisa e sua experiência no programa de mestrado profissional.

Divulga-CI: O que te levou a fazer o mestrado e o que te inspirou na escolha do tema da dissertação?

Cinthia Thamiris Fernandes (TF): Optei por me inscrever no processo seletivo no encerramento das inscrições, apresentando um pré-projeto que elaborei sob o tema “Desenvolvimento de acervos com informação indígena”. Esta escolha se fundamentou na constatação da necessidade de maior atenção ao tema da Informação Indígena em diversas áreas do conhecimento, especialmente na Ciência da Informação, aliada ao meu profundo apreço pela cultura dos povos indígenas.

DC: Quem será o principal beneficiado dos resultados alçados?

TF: Além da comunidade usuária das bibliotecas da Universidade Federal do Cariri e do Instituto Federal do Ceará, qualquer pessoa interessada em informação indígena pode se beneficiar tanto da pesquisa quanto do seu produto final.

DC: Quais as principais contribuições que destacaria em sua dissertação para a ciência e a tecnologia e para a sociedade?

TF: Suas contribuições fundamentais residem, indiscutivelmente, no referencial teórico, predominantemente composto por pessoas pesquisadoras indígenas e indigenistas. Destaca-se também o Guia de Fontes de Informação Indígena, desenvolvido para quem busca compreender ou se manter atualizado acerca da informação indígena. O guia reúne diversas fontes especializadas eletrônicas/digitais, abrangendo literatura, música, cinema, política e pesquisa científica, visando enriquecer a disseminação da informação indígena em diferentes áreas.

DC: Seu trabalho está inserido em que linha de pesquisa do Programa de Pós-Graduação? Por quê?

TF: Informação, cultura e memória constituíram a escolha da linha de pesquisa devido à sua congruência com o tema da minha dissertação e ao meu interesse pessoal em explorar os aspectos histórico-conceituais da memória sob uma perspectiva decolonial. Este enfoque foi motivado considerando a relevância da informação indígena para a pesquisa científica.

DC: Citaria algum trabalho ou ação decisiva para sua dissertação? Quem é o autor desse trabalho, ou ação, e onde ele foi desenvolvido?

TF: Meu envolvimento com a literatura indígena revelou-se uma experiência decisiva e, ousaria dizer, instigante. Não poderia apontar um trabalho específico, pois ocorreram intercâmbios de conhecimento com indivíduos em meu círculo social, alguns de origem indígena e outros não. Essas interações alimentaram meu interesse em empreender estudos sobre informação indígena.

DC: Quais foram os passos que definiram sua metodologia de pesquisa?

TF: Me cerquei de literatura científica exatamente sobre metodologia da pesquisa numa perspectiva decolonial, isso influenciou, significativamente, a definição da abordagem metodológica.

DC: Quais foram as principais dificuldades no desenvolvimento e escrita da dissertação?

TF: As questões tecnológicas, decorrentes da realização integral do curso de forma remota durante a pandemia, com aulas síncronas e assíncronas, resultaram em desafios substanciais. Contudo, a cada aula e orientação, inúmeras fontes de inspiração facilitavam o processo de escrita.

DC: Em termos percentuais, quanto teve de inspiração e de transpiração para fazer a dissertação?

TF: Em termos percentuais eu diria que os fatores mencionados foram equilibrados.

DC: Teria algum desabafo ou considerações a fazer em relação à caminhada até a defesa e o sucesso da dissertação?

TF: Essa é uma fase desafiadora, principalmente para quem tem dificuldade na escrita acadêmica, mas com tema e objetivos bem definidos e com uma boa orientação, a dissertação será bem sucedida.

DC: Como foi o relacionamento com a família durante este tempo?

TF: Minha família sempre me apoiou nas minhas escolhas, nos meus sonhos e objetivos, durante o mestrado não poderia ser diferente.

DC: Agora que concluiu a dissertação, o que mais recomendaria a outros mestrandos que tomassem seu trabalho como ponto de partida?

TF: Muita leitura sobre estudos decoloniais na Ciência da Informação, e como disse anteriormente, um tema bem definido.

DC: Como você avalia a sua produção científica durante o mestrado? Já publicou artigos ou trabalhos resultantes da pesquisa? Quais você aponta como os mais importantes?

TF: Minha produção científica foi regular, foram desenvolvidos alguns artigos para as disciplinas do curso, que futuramente pretendo publicá-los. Tive também um artigo selecionado como capítulo de livro, adaptado da minha dissertação, livro esse que será lançado pela Editora IFCE.

DC: Desde a conclusão da dissertação, o que tem feito e o que pretende fazer em termos profissionais? 

TF: Após a conclusão, tirei uma grande temporada de descanso das leituras e da rotina acadêmica e continuo atuando como bibliotecária no IFCE campus Cedro.

DC: Pretende fazer doutorado? Será na mesma área do mestrado?

TF: Sim. Assim como o mestrado (profissional), pretendo fazer o Doutorado Profissional em Biblioteconomia.

DC: O que o Programa de Pós Graduação fez por você e o que você fez pelo Programa nesse período de mestrado?

TF: Além do arcabouço teórico-cultural fornecido por meio das disciplinas da pós-graduação, adquiri uma compreensão mais aprofundada do âmbito profissional do ser/fazer bibliotecário, tanto em termos da minha identidade como profissional quanto das práticas associadas. Destaco, também, minha contribuição para a pesquisa científica e a relevância de discutir a informação indígena, ressaltando o imperativo de cumprir a legislação que assegura a inclusão do estudo das histórias e culturas indígenas no ensino básico.

DC: Você por você:

TF: “Eu sou um pássaro que vivo avoando, sem nunca mais parar”… (Novos Baianos). 


Entrevistada: Cinthia Thamiris Fernandes

Entrevista concedida em: 05 fev. 2024 aos Editores.

Formato de entrevista: Escrita 

Redação da Apresentação: Larissa Alves

Fotografia: Cinthia Thamiris Fernandes

Diagramação: Larissa Alves

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