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v. 1, n. 7, set. 2023
Entrevista com Alberth Sant’Ana Costa e sua pesquisa sobre cultura informacional, saúde masculina de trabalhadores da construção civil

Entrevista com Alberth Sant’Ana Costa e sua pesquisa sobre cultura informacional, saúde masculina de trabalhadores da construção civil

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Entrevista com Alberth Sant’Ana Costa e sua pesquisa sobre cultura informacional, saúde masculina de trabalhadores da construção civil

Alberth Sant’Ana Costa

alberthsantana@gmail.com

Sobre o entrevistado

Em 2021, o bibliotecário Alberth Sant’Ana Costa defendeu sua tese de doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Escola de Ciência da Informação da UFMG, sob orientação da Prof.ª Dr.ª Alcenir Soares dos Reis e coorientação do Prof. Dr. Wagner Vasconcelos.

Natural de Belo Horizonte, Minas Gerais, Alberth tem como hobbies praticar jiu-jitsu, além de aprender e explorar técnicas de fotografia e gastronomia. Atualmente, atua na Secretaria Especial da Casa Civil da  Presidência da República.

Sua tese, intitulada, “Cultura informacional, saúde masculina e homens em construção: modos de viver e ver” partiu de um enfoque multidisciplinar e buscou compreender as dimensões informacionais e culturais na relação do homem com a sua saúde, tendo como sujeitos do estudo os trabalhadores da construção civil do Distrito Federal. 

Assim, de maneira específica, a pesquisa visou a correlacionar as dimensões teóricas-conceituais entre informação, cultura, cultura informacional e masculinidades; apreender os sentidos de saúde atribuídos pelos sujeitos da pesquisa e suas práticas de cuidados; e mapear os processos informacionais que permeiam a busca por informações e as práticas de cuidados, por parte dos homens

Convidamos o pesquisador para relatar sua experiência com o doutoramento e os desdobramentos de sua pesquisa.

Divulga-CI: O que te levou a fazer o doutorado e o que te inspirou na escolha do tema da tese?

Alberth Sant’Ana Costa (ASC): No poema Ensinamentos de Adélia Prado, há algo de muito interessante: “Minha mãe achava o estudo a coisa mais fina do mundo. Não é. A coisa mais fina do mundo é o sentimento”. E eu concordo com essa visão de mundo. Na minha trajetória de vida, eu aprendi, desde cedo, a importância dos estudos, mas, sobretudo, a buscar e a compreender os significados das ações que desenvolvemos. A inspiração para o doutorado nasceu das indagações presentes na experiência do mestrado, onde tive oportunidade de pesquisar o percurso informacional das mulheres-mães cujos filhos têm paralisia cerebral. Ao identificar e analisar os itinerários terapêuticos  traçados por essas mulheres-mães, ficou explícito que a componente informacional se constituiu como um elemento importante, no processo de aprendizagem em termos de relações, cuidados e manuseios dedicados aos filhos. Destacou-se que a contribuição paterna, no processo de reabilitação do filho, na maior parte dos casos, reduz-se à provisão das necessidades de subsistência, quando este está presente. Logo, a inspiração para a realizar uma pesquisa de doutorado sobre a saúde masculina tem como ponto de partida um sentimento que me mobilizou a buscar compreender as dificuldades dos homens em assumir o protagonismo no cuidado com a própria saúde, para além da dimensão da paternidade. 

DC: Em qual momento de seu tempo no doutorado você teve certeza que tinha uma “tese” e que chegaria aos resultados e conclusões alcançados?

ASC: Durante o trabalho de campo, sobretudo no processo de análise dos dados, quando eu tive oportunidade de confrontar os achados com a literatura presente no referencial teórico-metodológico. 

DC: Citaria algum trabalho (artigo, dissertação, tese) ou ação decisiva para sua tese? Quem é o autor desse trabalho, ou ação, e onde ele foi desenvolvido?

ASC: Eu tive oportunidade de ler instigantes publicações, sendo oportuno assinalar duas: 1) “Além do Herói”, de Allan Chinen, reúne, em formato de contos, histórias clássicas de homens em busca da alma. São histórias contadas possivelmente por homens, que revelam seus temores, sonhos secretos, aflições e decepções. Uma literatura que me ajudou a compreender que o debate sobre a saúde do homem pode envolver diferentes abordagens, uma vez que é atravessado por distintos campos disciplinares. Em seguida gostaria de mencionar a obra produzida pelo historiador italiano Carlo Ginzburg, “Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história”. Ginzburg aponta um caminho de investigação indiciário, semelhante ao ofício de caçadores, detetives, psicanalistas e analistas de quadro de obra. Esses pensamentos serviram como ponto de partida para refletir acerca dos passos e requisitos científicos que foram preconizados para o desenvolvimento da tese. 

DC: Por que sua tese é um trabalho de doutorado, o que você aponta como ineditismo?

ASC: A tese desenvolvida buscou olhar de maneira muito comprometida a realidade dos trabalhadores da construção civil, não apenas como informantes, mas como sujeitos sociais. Nesse sentido, considero que o ineditismo da tese, dentre outras razões, revela-se no exercício de debater a saúde do homem no campo da Ciência da Informação, visando a estabelecer pontos de interlocução com as áreas da Saúde e das Ciências Sociais, dedicando-se a dar voz às narrativas dos sujeitos da pesquisa sobre os modos de viver e ver os cuidados com a própria saúde. 

DC: Em que sua tese pode ser útil à sociedade?

ASC: Pondero que uma ação que reflete as indagações manifestadas ao longo da tese consiste em promover um debate que retorne às questões norteadoras da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem no contexto nacional, em termos dos objetivos e das estratégias, além de indagar a respeito dos serviços de saúde que são ofertados com foco na promoção da saúde integral da população masculina, como esses serviços estão estruturados e como tem sido a adesão e o envolvimento dos homens nessas proposições.

DC: Quais são as contribuições de sua tese? Por quê?

ASC: Ao refletir sobre as contribuições mais significativas da pesquisa, ou seja, a dimensão da informação, da cultura, da cultura informacional e das masculinidades, bem como da dimensão dos itinerários informacionais, com base nos aportes teóricos-conceituais, é possível perceber como a relação do homem com a sua própria saúde precisa ser repensada tanto por parte desses sujeitos quanto por parte das instituições e das políticas públicas. Assim, vale ressaltar que os dados da tese tornaram possível identificar uma série de lacunas que poderão se constituir como oportunidades de estudos e reflexões para os campos da Ciência da Informação, da Ciências Sociais e Ciências da Saúde.

DC: Quais foram os passos que definiram sua metodologia de pesquisa?

ASC: Os dados que amparam a investigação foram obtidos por meio de uma imersão empírica. A partir de visitas constantes e sistematizadas ao canteiro de obra localizado no Plano Piloto no Distrito Federal, buscou-se uma aproximação junto aos trabalhadores da construção civil, visando apreender e compreender as experiências cotidianas em relação aos cuidados com a própria saúde. Desse modo, procedeu-se à coleta de dados em duas etapas, utilizando-se das seguintes técnicas: pesquisa documental, observação participante, questionário e entrevistas semiestruturadas (Etapa 1); e observação participante e grupo focal (Etapa 2). No interstício entre as etapas da pesquisa de campo, realizou-se o Estágio de Doutorado Sanduíche, na Faculty of Information and Media Studies, na Western University, no Canadá, sob a supervisão da Profa. Dra. Jacquelyn Burkell. As contribuições teórica e metodológicas dessa experiência acadêmica foram de grande valia para o desenvolvimento da pesquisa.

DC: Em termos percentuais, quanto teve de inspiração e de transpiração para fazer a tese?

ASC: No meu caso, eu diria 50% de inspiração e 50% de transpiração. Ter uma ideia requer esforço de pensamento, bem como materializá-la em uma ação, que por sua vez, exige certa dose de criatividade. A minha pesquisa foi construída muito em deslocamentos. Em outras palavras, fui construindo a tese muito durante os intervalos de embarques entre Brasília a Belo Horizonte, quando viajava para cursar as disciplinas. Com o diário de campo sempre a mãos, procurava registrar cada ideia, principalmente, entre uma ida e volta ao canteiro de obra.

DC: Teria algum desabafo ou considerações a fazer em relação à caminhada até a defesa e o sucesso da tese?

ASC: Morando em Brasília, eu escolhi cursar o Doutorado em Belo Horizonte, na UFMG. Essa decisão foi norteada em razão de querer aproveitar o tempo junto aos meus pais e familiares. Em especial queria ficar mais próximo do meu querido avô, João Longuinho, na época com 97 anos (hoje com 103 anos!). Embora fosse um tempo muito corrido entre chegadas e partidas, eu era feliz por estar junto a eles. O companheirismo, a dedicação, a solicitude e a generosidade dos meus orientadores foram de suma importância na caminhada do doutorado, bem como o apoio fraternal dos amigos. 

DC: Como foi o relacionamento com a família durante o doutorado?

ASC: Minha família vivenciou de perto as aventuras e os dissabores no doutoramento. Eles compreenderam a minha ausência no cotidiano da vida e também celebraram as conquistas advindas de cada uma das etapas.

DC: Qual foi a maior dificuldade de sua tese? Por quê?

ASC: Para além dos desafios que permeiam o desenvolvimento de uma tese, eu não posso deixar de citar que a pesquisa foi atravessada por um período muito difícil de pandemia (março de 2020 a dezembro de 2021). Um período incerto, sombrio e, lamentavelmente, marcado por incontáveis perdas. A minha maior dificuldade foi lidar com a perda de um dos meus entrevistados, vítima do COVID-19.

DC: Que temas de mestrado citaria como pesquisas futuras possíveis sobre sua tese?

ACS: Masculinidade hegemônica e tóxica, paternidade, Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem e determinantes sociais da saúde são temas possíveis de serem aprofundados mediante os resultados da tese.

DC: Quais suas pretensões profissionais agora que você se doutorou?

ASC: A formação do doutorado promove crescimento pessoal, acadêmico e profissional. Atualmente, estou como professor voluntário na UnB, na Faculdade de Ciência da Informação, tendo a oportunidade de ministrar disciplinas e orientar trabalhos. Almejo consolidar a minha atuação na docência com o propósito de desenvolver novos estudos e contribuir com a formação de outros estudantes.

DC: O que faria diferente se tivesse a chance de ter começado sabendo o que sabe agora?

ASC: Durante o doutorado, eu fui aprendendo a superar os desafios e a cumprir com as exigências que permeiam essa modalidade de formação acadêmica, haja vista que é uma grande oportunidade de crescimento pessoal. Se fosse possível fazer algo diferente, agora de tê-lo concluído, acredito que eu faria as mesmas decisões e escolhas.

DC: Como você avalia a sua produção científica durante o doutorado (projetos, artigos, trabalhos em eventos, participação em laboratórios e grupos de pesquisa)? Já publicou artigos ou trabalhos resultantes da pesquisa? Quais você aponta como os mais importantes?

ASC: No decurso do doutorado, empenhei para publicar juntos aos meus orientadores o artigo “Facebook da saúde do homem: uma análise a partir da ótica cultural e social da informação”, apresentado no VXIII Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação – Enancib, em Marília, em 2017. Junto ao pesquisador Dr. Bradley Hiebert, produzimos o Seminário Using photographic data to understand how men seek health information, realizado no dia 3 de abril de 2019, na Faculty of Information & Medias Studies, na Western University, Canadá. Participei do Seminário de abertura do Semestre Letivo 2020.1, na mesa redonda “Experiências de Internalização com doutorados do PPGCI-UFMG, entre os dias 3 e 6 de agosto de 2020. Atuei como coautor do trabalho “A complexidade do contexto informacional em saúde e os desafios para o processo de busca por evidências”, apresentado no MEDINFOR, em 2020, publicado na Revista Fontes Documentais, no mesmo ano. Apresentei o trabalho “Estágio de doutorado sanduíche na Faculty of Information & Media Studies da University of Western Ontario/Canada: aprendizagens, interlocuções e experiências; no VI Encontro de Mobilidade Internacional da Diretoria de Relações Internacionais da UFMG, ocorrido em 27 de outubro de 2021. Na sequência, participei da I Jornada Interdisciplinar de Pesquisa do Campus Brasília, com a comunicação oral do trabalho “Processo informacional dos trabalhadores da construção civil e sua saúde: aprendizagens e interlocuções no contexto do Estágio de Doutorado Sanduíche na Faculty of Information & Media Studies da University of Western Ontario – Canadá. Esse evento ocorreu no dia 16/11/2021, também no formato online. Junto a minha orientadora, escrevemos o capítulo de livro “Paradigma social e informação social: um repensar analítico”, que integra o livro “Informação, mediação e cultura: teorias, métodos” e pesquisas, publicado em 2022, pela Editora Letramento de Belo Horizonte. Continuo no processo de divulgação dos resultados da pesquisa mediante o aceite dos artigos submetidos para avaliação. 

DC: Exerceu alguma monitoria/ estágio docência durante o doutorado? Como foi a experiência?

ASC: Durante o doutorado, eu tive a oportunidade de supervisionar estudantes do Instituto Federal de Brasília em estágio obrigatório, bem como coordenar projetos de pesquisa, extensão e inovação, com foco no protagonismo juvenil na ciência. Além disso, como mencionei, eu tive oportunidade de vivenciar uma experiência de Estágio de Doutorado Sanduíche na FIMS/Canadá. 

DC: Elas contribuíram em sua tese? De que forma?

ASC: Essas experiências foram enriquecedoras, pois tive oportunidade de estabelecer interlocuções, sendo desafiado a desenvolver habilidades de gerenciamento do tempo, de modo a fazer as entregas, sem perder de vista os prazos estabelecidos. Para o doutorado, essas habilidades se reverberaram positivamente, mobilizando-me a desenvolver as atividades da pesquisa com mais proatividade e confiança.

DC: Agora que concluiu a tese, o que mais recomendaria a outros doutorandos e mestrandos que tomassem seu trabalho como ponto de partida?

ASC: A Ciência da Informação é uma área do conhecimento interdisciplinar e me possibilitou estabelecer interlocuções significativas com os campos das Ciências Sociais e Ciência da Saúde. Acredito que essa articulação me direcionou a repensar como os trabalhadores da construção civil estão imersos em uma cultura informacional permeada por dimensões socioculturais, simbólicas e ideológicas que influenciam os modos como eles aprendem e produzem sentidos à realidade que os cercam. Sendo assim, acredito que a tese poderá contribuir para outros pesquisadores refletirem sobre a intrínseca relação entre informação e cultura, no âmbito da saúde coletiva.

DC: Como acha que deve ser a relação orientador-orientando?

ASC: A minha orientadora, Profa. Dra. Alcenir Soares dos Reis (PPGCI-UFMG), e o meu Coorientador, Prof. Wagner Vasconcelos (Fiocruz-Brasília) conduziram a tese de maneira comprometida, respeitosa e atenciosa. O prof. Dr. Carlos Alberto que, de maneira cordial e solícita, orientou o estudo na fase inicial da pesquisa. A minha supervisora do Estágio de doutorado Sanduíche, Profa. Dra. Jaqcquelyn Burkell foi acolhedora e muito gentil durante a minha estadia no Canadá. Para além dessas manifestações, pondero que a relação orientador-orientando precisa ser pautada por um compromisso mútuo de empatia, compreensão e solidariedade. 

DC: Sua tese gerou algum novo projeto de pesquisa? Quais são suas perspectivas de estudo e pesquisa daqui em diante?

ASC: Como desdobramento da tese, estou trabalhando em um projeto para submeter à uma seleção de pós-doc, além do empenho na escrita de artigos que versam sobre os achados da pesquisa, buscando-se, desta forma, ampliar a divulgação dos resultados alcançados.

DC: O que o Programa de Pós-graduação fez por você e o que você fez pelo Programa nesse período de doutorado?

ASC: Por meio da Coordenação do Programa, tive imenso apoio para lidar com os contratempos da jornada acadêmica. A Coordenação foi responsável por viabilizar a concessão da bolsa de doutorado sanduíche que cursei no Canadá. 

Em contrapartida, busquei ter sempre comprometimento  com o PPGCI/UFMG. Procurei ainda incentivar, por meio de relatos de experiência, os diferentes colegas pós-graduandos a vislumbrarem a modalidade de internacionalização como uma oportunidade enriquecedora, possível e desafiadora.

DC: Você por você: 

ASC: Tenho clareza de que não seria possível vencer os desafios, superar os percalços, assumir os riscos e, assim, chegar ao final da maratona do doutorado, em um período pandêmico, sem a valiosa contribuição das pessoas e das instituições envolvidas. Assim, ao registrar este relato, é perceber que sozinho nada sou e ponderar, mormente, que há tempo para todas as coisas. Por isso, agradeço imensamente ao Instituto Federal de Brasília, pela concessão do afastamento parcial para o doutorado e à Capes pela concessão da bolsa de estudos para cursar o Estágio de Doutorado Sanduíche. Especialmente, gostaria de estender os meus agradecimentos a todos que contribuíram, apoiaram e me deram suporte, sendo solidários e fraternos, em face às grandes conquistas e às premiações concedidas pela investigação realizada. É importante lembrar das palavras de Nelson Mandela, a respeito do valor da educação e seu potencial de transformação: […] “a educação é o grande motor do desenvolvimento pessoal. É através da educação que a filha de um camponês pode se tornar uma médica, que o filho de um mineiro pode se tornar o chefe da mina, que o filho de trabalhadores rurais pode se tornar o presidente de uma grande nação. É o que nós fazemos com o que dispomos, e não com o que nos é dado, que diferencia uma pessoa da outra.” (Longa Caminhada até a liberdade). Por fim, ainda imbuído pelos pensamentos de Mandela presumo que “[…] descobri o segredo de que, após escalar uma grande montanha, constatamos apenas que há muitas outras a escalar. Tirei agora um momento para descansar […] para olhar para trás e ver a distância que percorri. Mas só posso descansar por um momento, pois com a liberdade vêm as responsabilidades, e não posso me demorar, pois minha longa caminhada ainda não terminou” – Nelson Mandela, Longa Caminhada até a liberdade.

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Entrevistada: Alberth Sant’Ana Costa

Entrevista concedida em: 31 de julho 2023 aos Editores.

Formato de entrevista: Escrita 

Redação da Apresentação: Herta Maria de Açucena do Nascimento Soeiro

Fotografia: Alberth Sant’Ana Costa

Diagramação: Herta Maria de Açucena do Nascimento Soeiro

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