Pesquisadora propõe políticas e práticas para dar melhor visibilidade aos cursos e pesquisas de Arquivologia no Brasil
Pesquisadora propõe políticas e práticas para dar melhor visibilidade aos cursos e pesquisas de Arquivologia no Brasil
Docente da Universidade Federal da Paraíba desenvolve tese sobre os cursos de Arquivologia no Brasil e lança o site “Pesquisas Arquivísticas Brasileiras”
Maria Meriane Vieira lança um olhar sobre os cursos de bacharelado em arquivologia no Brasil (nas regiões sul, sudeste, nordeste e norte), com atenção às suas especificidades e características. Seu estudo discute a formação do arquivista, busca uma harmonização curricular dos cursos do país e propõe estratégias para formar uma rede única de comunicação de pesquisas, facilitando o acesso aos pesquisadores.
A autora analisa o cenário sob à luz do Regime de informação, que é um modo de produção informacional dominante numa formação social, na qual são definidos sujeitos, instituições, regras e autoridades informacionais, seus dispositivos de preservação e distribuição.
O estudo chama a atenção para a criação de políticas de informação na esfera federal, estadual e municipal, com o intuito de estabelecer regras que facilitem a gestão das informações para atender seu público alvo ao fornecer dados para os atores sociais. Um caminho para formar uma rede de comunicação de pesquisa entre a Arquivologia e a Ciência da Informação.
“Desde a globalização da economia e a relevância da informação, estamos inseridos em uma sociedade em que as relações sociais, econômicas e políticas se estabelecem por meio de um Regime de Informação. Ter uma política de informação é colocar à disposição dos cidadãos o maior número possível de informações, sejam elas culturais, econômicas ou governamentais. São regras que especificam o sistema de comunicação que dirige e delimita o fluxo e o uso da informação”, pontuou Maria Meriane.
Grandes volumes de informações são gerados a cada dia, existe sempre alguém buscando por alguma. Se preocupar e discutir sobre a produção, organização, compartilhamento e recuperação dessas informações é muito importante, sobretudo para profissionais da informação, entre eles, os arquivistas.
Maria das Graças Targino, autora do artigo citado na pesquisa “Quem é o profissional da informação?” conta que os profissionais da informação são os pesquisadores, os cientistas da informação, os arquivistas, os bibliotecários e todos os profissionais que têm a responsabilidade social de atender às necessidades da sociedade.
Partindo disso, a pesquisadora Maria Vieira ressalta que “A competência em informação precisa estar ligada também às habilidades de lidar com as tecnologias da informação e suas ferramentas específicas, intelectuais e digitais, uma vez que estamos na era do click, em que tudo muda a cada instante. É possível formar profissionais com consciência sobre o real papel dos arquivistas com compromisso igualitário e institucional e seu papel estratégico no mercado de trabalho”.
O interesse em estudar o tema surgiu a partir de observações, como docente do Departamento de Ciência da informação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), e coordenadora do curso de Arquivologia durante quatro anos. Maria Vieira acreditou que uma das principais contribuições ao se utilizarem as abordagens ‘perfil institucional’ e ‘perfil docente’ como subsídios para os cursos, está relacionada às ações das pessoas, aos conteúdos e aos recursos institucionais, do poder e das diferenças no perfil das instituições e no dos docentes.
O estudo alerta para a necessidade da realização de mais pesquisas na área arquivística, para que a comunicação científica entre os atores ocorra em pelo menos dois eixos, dos cinco propostos pela Reunião Brasileira de Ensino e Pesquisa em Arquivologia (REPARQ), um deles é a busca por uma harmonização curricular dos cursos de arquivologia brasileiros e o outro é o fornecimento dados para os atores sociais, a partir do levantamento da formação docente.
Maria Meriane propôs em sua tese um instrumento de consulta para as pesquisas em arquivologia que estão sendo desenvolvidas por docentes brasileiros através de um website, já disponível na Web. Por meio da Base de Dados Pesquisas Arquivísticas Brasileiras, a pesquisadora, e seu grupo, buscam “disseminar as pesquisas que foram finalizadas e aquelas que estão sendo desenvolvidas sobre temáticas arquivísticas (Projetos de pesquisas, Projetos de extensão, Teses, Dissertações e Monografias) por docentes dos Cursos de Arquivologia brasileiros, ou seja, dos atores sociais que fazem parte dos 16 cursos de graduação em Arquivologia em instituições públicas”.
Acesse a tese em:
ROCHA, Maria Meriane Vieira da. Um olhar sobre os cursos de bacharel em arquivologia no Brasil à luz do regime de informação. 2021. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Universidade Federal da Paraíba, 2021. Disponível em: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/20883. Acesso em: 31 maio 2023.
Redação: Marcos Miranda
Revisão: Herta Maria de Açucena do Nascimento Soeiro
Diagramação: Herta Maria de Açucena do Nascimento Soeiro