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v. 1, n. 2, abr. 2023
Estudo da USP analisa os maiores desafios do ensino de Biblioteconomia no Brasil

Estudo da USP analisa os maiores desafios do ensino de Biblioteconomia no Brasil

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Estudo da USP analisa os maiores desafios do ensino de Biblioteconomia no Brasil

Pesquisador traz uma reflexão de como as metodologias ativas podem contribuir para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem nos cursos de Biblioteconomia nas instituições de ensino superior brasileiras, com foco nas disciplinas relacionadas à catalogação.

Atualmente, vivemos a Era da Informação. Este termo é utilizado para se referir à realidade tecnológica como mediadora das relações humanas e da tecnologia. Neste contexto, o acesso à informação qualificada torna-se um grande diferencial para as pessoas e organizações.

  Assim, é fundamental oferecer um acesso rápido e eficaz à informação. Para isso, torna-se necessário processar as informações de maneira adequada, dentro de um processo que envolva variadas etapas. Daí a importância da Biblioteconomia e atenção a disciplina de Catalogação, que, muitas vezes, tem seus Planos de Ensino desfasados em relação à evolução teórico/conceitual da área.

  Para trazer contribuições na compreensão desta disciplina, um Estudo da Universidade de São Paulo (USP) analisa como os novos métodos de ensino como, por exemplo, as metodologias ativas, podem contribuir no ensino de Catalogação nos cursos de Biblioteconomia no Brasil.

  O estudo analisou os conteúdos programáticos de 87 disciplinas obrigatórias de Catalogação de 36 instituições de ensino superior distribuídas em todas as cinco regiões do Brasil. “Atualmente, discussões sobre novos métodos de ensino adquirem relevância e as metodologias ativas podem agregar uma nova dinamicidade ao processo de ensino e aprendizado de Catalogação, ao atribuir o protagonismo ao aluno, ao contrário do modelo tradicional, centrado na figura do professor.”, pontua Marcos Leandro Freitas Hübner, egresso do curso de doutorado do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da USP e autor do estudo, sob a orientação José Fernando Modesto da Silva

E para justificar a importância das metodologias ativas no ensino da Catalogação, o autor traz alguns autores, como o caso de José Moran. Para esse autor, a aprendizagem ativa aumenta a flexibilidade cognitiva, que é a capacidade de alternar e realizar diferentes tarefas, operações mentais ou objetivos e a capacidade de adaptação a situações inesperadas. Com isso, há a superação de modelos mentais rígidos e automatismos pouco eficientes. Além disso, muitos estudos revelam que, quando o professor fala menos, orienta mais e o aluno participa de forma ativa, a aprendizagem é mais significativa.

Ainda de acordo com o trabalho Marcos Hübner, as metodologias ativas, que aliam a utilização de ferramentas tecnológicas ao protagonismo dos alunos, crescem em relevância nos espaços educativos.

Assim, em um mundo conectado e digital, os modelos híbridos de ensino podem acontecer a partir de diversas combinações de ferramentas aliadas às metodologias ativas, possibilitando itinerários aproximados às demandas dos alunos dos dias atuais, sempre de forma flexível.

Marcos Hübner também elenca algumas técnicas associadas às metodologias ativas que podem contribuir para o processo de ensino-aprendizagem da disciplina de Catalogação nas instituições brasileiras. Dentre elas:

·         Aprendizagem invertida: a sala de aula invertida permite ao aluno ser o responsável pela sua própria aprendizagem e desloca o papel do professor para o de mediador entre o conhecimento elaborado e o aluno.

·         Método do Caso: consiste em apresentar um caso ao aluno com parte das informações sobre a situação alvo de estudo, conferindo aos estudantes o poder de decisão.

·         Aprendizagem Baseada em Problemas: tem como premissa básica o uso de problemas da vida real para estimular o desenvolvimento conceitual, procedimental e atitudinal do discente.

·         Aprendizagem Baseada em Projetos: técnica de ensino centrada no aluno e baseada na construção coletiva do Conhecimento. Assim, é uma forma de aprendizagem construtivista e colaborativa, permitindo que vários estudantes trabalhem juntos em um problema e aprendam uns com os outros enquanto constroem o conhecimento.

·         Aprendizagem por Jogos: conjunto de métodos e estratégias baseadas em jogos para a formação e a educação. Ou seja, a gamificação é, simplesmente, o uso dos mecanismos, da estética e dos pensamentos dos games para envolver pessoas, motivar a ação e promover a aprendizagem a partir da resolução de problemas.

Além da carência da adição de metodologias ativas no ensino da Catalogação, a pesquisa de Marcos Hübner também levantou que alguns conteúdos, tais como Metadados, RDA, FRBR, tão representativos das evoluções conceituais, também precisam de representatividade junto ao coletivo de conteúdos de Catalogação de muitos dos cursos analisados durante o seu estudo.

Assim, na Era da Informação, é preciso desenvolver novas formas para o processamento adequado da informação, para torná-la acessível para grande público. Daí a importância de se (re)pensar as formas de ensino da disciplina Catalogação no Brasil.

Acesse a tese em:

HÜBNER, M. L. F. O ensino de catalogação no Brasil: contexto histórico e desafios contemporâneos. 2021. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2021. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27151/tde-18082021-102623/pt-br.php . Acesso em: 01 fev. 2023.


Redação: Alessandra Giovana F. da S. O. Borges

Revisão: Pedro Ivo Silveira Andretta

Diagramação: Pedro Ivo Silveira Andretta

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