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v. 1, n. 2, abr. 2023
Entrevista com Ilídio Lobato Ernesto Manhique sobre a pesquisa em Competência Informacional de graduandos em Biblioteconomia

Entrevista com Ilídio Lobato Ernesto Manhique sobre a pesquisa em Competência Informacional de graduandos em Biblioteconomia

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Entrevista com Ilídio Lobato Ernesto Manhique sobre a pesquisa em Competência Informacional de graduandos em Biblioteconomia

Ilídio Lobato Ernesto Manhique
ilidiolobato@gmail.com

Sobre o entrevistado

Em 2021, o professor Ilídio Lobato Ernesto Manhique defendeu sua tese de doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, sob orientação da Profª. Drª. Helen de Castro Silva Casarin. Aos 38 anos e natural de Gaza, Cidade de Xai-Xai, no Moçambique, Idílio divide seu tempo entre a vida profissional, pessoal e hobbies como assistir a seriados e eventos esportivos. Atualmente, é professor universitário da Escola Superior de Jornalismo de Moçambique.

Apesar da pandemia, o pesquisador desenvolveu sua tese, intitulada “Concepções de competência informacional dos graduandos de biblioteconomia e documentação de Moçambique: uma abordagem fenomenográfica”, que teve como objetivo geral investigar as diferentes formas qualitativas pelas quais os alunos de graduação em Biblioteconomia e Documentação (BD) de Moçambique concebem a competência informacional em suas atividades acadêmicas e no cotidiano. Com a pesquisa, foi possível identificar as lacunas existentes na formulação filosófica dos projetos político-pedagógicos dos cursos. 

Pedimos ao Ilídio que contasse para nós, em uma entrevista, como foi a sua experiência no doutoramento, considerando ainda o seu deslocamento de Moçambique ao Brasil. 

Divulga-CI: O que te levou a fazer o doutorado e o que te inspirou na escolha do tema da tese?

Ilídio Lobato: Contribuiu mais o fato de estar em uma IES, exercendo a função de docência e investigação. As peculiaridades desse ambiente profissional, exigem a formação permanente dos docentes e pesquisadores, como pressuposto de legitimidade para atuar no ensino superior. Mas contou, também, o desejo de progredir na carreira profissional, que é condicionado à obtenção de novas qualificações.

DC: Em qual momento de seu tempo no doutorado você teve certeza de que tinha uma “tese” e que chegaria aos resultados e conclusões alcançados?

Penso que foi logo no primeiro semestre do doutorado. Ingressei no doutorado com um projeto diferente daquele que gerou a tese. Inicialmente, queria pesquisar o comportamento informacional dos profissionais da área biomédica em Moçambique, mas em uma das primeiras conversas com minha orientadora (Profa. Helen de Castro Silva Casarin), ela questionou por que não continuava com a temática de competência em informação, que fora objeto de pesquisa no meu mestrado, na Universidade Federal da Bahia. A partir desse momento, comecei a buscar elementos contributivos da competência em informação para o contexto moçambicano, mas tentando me desvincular da perspectiva estandardizante que vigorava em muitas pesquisas da área. Minha preocupação era encontrar uma abordagem alternativa que considerasse as dimensões subjetivas e socioculturais dessa competência em informação. Foi aí que encontrei as pesquisas da Profa. Christine Bruce, da Queenslad University – Austrália, que estuda a experiência dos sujeitos em relação ao fenômeno competência em informação. Então, pensei em aplicar essa abordagem olhando para o contexto do ensino superior em Moçambique, em particular, com os alunos de Biblioteconomia, pelo compromisso social que estes têm como futuros profissionais de informação. A partir daquele momento percebi que já havia uma ideia clara de tese.

DC: Citaria algum trabalho (artigo, dissertação, tese) ou ação decisiva para sua tese? Quem é o autor desse trabalho, ou ação, e onde ele foi desenvolvido?

IL: Como disse anteriormente, os trabalhos de Christine Bruce foram essenciais, mas há que destacar a sua tese de doutorado, intitulada “The Seven Faces of Information Literacy“, que foi pioneira na utilização da abordagem fenomenográfica na Ciência da Informação. Esse trabalho influenciou um conjunto de pesquisas na Austrália, em particular, na Queenslad University. Mas, antes, tive que fazer um trabalho prévio, que consistiu em me familiarizar com fenomenografia enquanto abordagem de pesquisa, sua epistemologia, sua ontologia e seus fundamentos. Nesse caso, foram fundamentais os trabalhos pioneiros de Ference Marton, do Departamento de Educação da Universidade de Gotenburgo, que foi o primeiro a utilizar essa abordagem.

DC: Por que sua tese é um trabalho de doutorado, o que você aponta como ineditismo?

IL: Não sei se a minha tese é inédita, mas ela introduziu, em Moçambique e no Brasil, uma discussão teórica e metodológica da competência em informação que ainda era inexistente nesses contextos. Pesquisas com esse enfoque ainda são incipientes no cenário internacional, portanto, só o facto trazer essas discussões à ribalta, leva-me a crer que produzi uma tese que pode gerar novas discussões e interlocuções.

DC: Em que sua tese pode ser útil à sociedade?

IL: Vivemos em uma sociedade cada vez mais digital, onde o excesso de informação tem levantado enormes desafios às dimensões humanas de lidar com os fluxos informacionais. Portanto, ao estudar a competência em informação e suas perspectivas de integração em currículos acadêmicos constitui uma das minhas responsabilidades sociais enquanto pesquisador da Ciência da Informação. Acredito que o trabalho será útil à sociedade, porque define alguns caminhos para o reconhecimento das dimensões cognitivas, éticas e sociais da informação, que possam ajudar-nos, não só a sobreviver nessa sociedade cada vez mais digital, mas também a lutar contra alguns dos fenômenos mais prementes do nosso tempo: a desinformação, as fake news e a pós-verdade.

DC: Quais são as contribuições de sua tese? Por quê?

IL: Penso que amplia as discussões da competência em informação para uma dimensão metodológica (fenomenografia), ainda pouco explorada no contexto internacional. Segundo, cria as bases para a integração da competência em informação nos currículos acadêmicos da Ciência da Informação, a partir da experiência dos estudantes, do que à base dos padrões, como sucede na maior parte dos países africanos; terceiro, a tese traz em seu bojo a necessidade de que se incorporem os fundamentos da teoria crítica, para que se compreendam as dimensões sociais, culturais e políticas da informação. Um dos pressupostos da tese é de que integração da competência em informação nos currículos de CI em Moçambique deve ser feita bottom top, e a fenomenografia é uma das abordagens de pesquisa que permite estruturar um modelo de competência em informação nessa perspectiva, uma vez que ela busca descrever um fenômeno particular como ele é experienciado pelos indivíduos.

DC: Quais foram os passos que definiram sua metodologia de pesquisa?

IL: Em se tratando de uma abordagem fenomenográfica, existe um protocolo e especificidades. A fenomenografia é uma abordagem que segue uma lógica indutiva, em que as hipóteses e as categorias são obtidas a posterior. Na verdade, as “categorias de descrição” são o primeiro e mais importante resultado em pesquisa desse gênero. Na generalidade, nesse tipo de abordagem, a entrevista em profundidade constitui a principal técnica de coleta de dados, com participantes selecionados intencionalmente entre os indivíduos que experienciaram o fenômeno em estudo, observando a variação de gênero, idade, níveis de escolaridade, etc. Na tese, haviam sido selecionados 25 estudantes das duas IES que lecionam cursos de Biblioteconomia em Moçambique, mas acabamos realizando 22 entrevistas, porque a partir do décimo sétimo entrevistado alcançamos “saturação teórica de dados”. A partir desses dados, foram identificadas e mapeadas cinco categorias, na base das quais esses estudantes concebiam a competência em informação nas suas atividades acadêmicas e diárias.

DC: Em termos percentuais, quanto teve de inspiração e de transpiração para fazer a tese?

IL: Penso que, no meu caso, houve mais transpiração 70% e o resto inspiração. Isso só é possível quando estamos em dedicação exclusiva ao doutorado. Sendo um aluno estrangeiro, longe da família, o único foco era apenas a produção acadêmica, e vivendo no interior de São Paulo, distante de “possíveis distrações” típicas das metrópoles, a produtividade e criatividade acabaram se sobrepondo ao esforço físico e mental.

DC: Teria algum desabafo ou considerações a fazer em relação à caminhada até a defesa e o sucesso da tese?

IL: Me marcou muito o excesso da competitividade acadêmica entre os discentes, muitas vezes, motivada pelas normativas e exigências do PPGCI relativas à manutenção de bolsas de estudos. A ideia de que quem produz mais (número/quantidade) recebe a bolsa, acaba reduzindo a capacidade criativa dos discentes, que mais se preocupam em produzir para manter as bolsas, do que com o impacto social e acadêmico dessa produção. No meu círculo de amizades, geralmente, constituído por outros estrangeiros, havia consenso de que esse modelo não se preocupava com a saúde mental dos discentes. Outro aspecto é relativo à precarização das bolsas de estudo. Em 2013, quando fazia o mestrado na Universidade Federal da Bahia, fui um dos beneficiários dos reajustes das bolsas do CNPq e da CAPES. Retornei ao Brasil em 2017, mas o valor das bolsas continuava o mesmo. Isso não só precariza a produção acadêmica dos discentes, mas, acima de tudo, a sua vida social.

DC: Como foi o relacionamento com a família durante o doutorado?

IL: Foi excelente. Fazer doutorado não era apenas um projeto pessoal. Era um projeto de família. Por isso, minha esposa sempre me apoiou e, na verdade, a única preocupação dela era ver concluído o doutorado para regressar de vez à casa. Talvez tenha contribuído, também, o acordo implícito que sempre tivemos de que eu deveria voltar a Moçambique a cada final de ano. Por isso, nos quatro anos do curso, viajava para Moçambique uma vez e ficava lá entre três e quatro meses, dependendo da intensidade das atividades no doutorado. Por outro, a própria pesquisa empírica implicava deslocamento regulares do Brasil a Moçambique.

DC: Qual foi a maior dificuldade de sua tese? Por quê?

IL: A primeira dificuldade tinha a ver com o fato de ter que explicar às pessoas o que eu pesquisava; explicar as diferenças entre a fenomenografia e a tão conhecida fenomenologia. Este último aspecto levou-me a elaborar uma subseção na tese tratando dessas distinções. A outra dificuldade que senti foi a falta de pares para discutir a minha proposta de tese, sobretudo interlocutores para discutir em torno da fenomenografia, no Brasil. Outra dificuldade é que grande parte dos textos essenciais para a tese não estavam disponíveis em acesso aberto, nem nas bases de dados assinados pela CAPES e pela UNESP. Tive que comprar alguns materiais e outros [tantos] fiz o download da Sci Hub, que tem sido um “porto seguro” da maioria dos pós-graduandos.

DC: Que temas de mestrado citaria como pesquisas futuras possíveis sobre sua tese?

IL: Há alguns temas possíveis, dentre os quais: analisar as concepções de competência em informação dos docentes de ensino superior em Moçambique; verificar a relação entre as concepções obtidas e os modelos já existentes internacionalmente; examinar a inserção da competência em informação nos currículos dos cursos de Ciência da Informação em Moçambique; discutir as abordagens teóricas, metodológicas e epistemológicas da competência em informação, em qualquer contexto.

DC: Quais suas pretensões profissionais agora que você se doutorou?

IL: Quando iniciei o doutorado já era docente concursado em uma instituição de ensino superior pública – a Escola Superior de Jornalismo, onde continuo a atuar até hoje. Como Doutor, espero continuar na carreira do magistério de ensino superior, fazendo pesquisa qualificada e promovendo a extensão.

DC: O que faria diferente se tivesse a chance de ter começado sabendo o que sabe agora?

IL: Difícil prever, porque o conhecimento atual que detenho sobre realidade científica, permite abordar os problemas da ciência com relativo grau de complexidade. Talvez pudesse aprofundar a própria problematização do trabalho, que permite reduzir a amplitude dos resultados.

DC: Como você avalia sua a produção científica durante o doutorado (projetos, artigos, trabalhos em eventos, participação em laboratórios e grupos de pesquisa)? Já publicou artigos ou trabalhos resultantes da pesquisa? Quais você aponta como os mais importantes?

IL: Durante a formação, fui publicando vários trabalhos de pesquisa em andamento, tanto em periódicos científicos, quanto em eventos da área da Ciência. Difícil identificar os mais importantes, porque todos foram parte do processo de construção da tese.

DC: Exerceu alguma monitoria/estágio docência durante o doutorado? Como foi a experiência?

IL: Oficialmente não exerci a monitoria, porque já tinha experiência comprovada como docente de ensino superior, o que já me isentava dessa atividade, conforme o regimento do Programa. Mas participei em quase todas as aulas de graduação com minha orientadora durante os oito semestres do doutorado. A não formalização conferia-me essa flexibilidade e ideia de continuidade. Não creio que essa atividade tenha contribuído para a tese, mas talvez, como profissional, pois foi possível vivenciar novas perspectivas didáticas e pedagógicas de docência no ensino superior. Além disso, tive a oportunidade de participar de várias bancas de qualificação e defesa de monografias do Departamento de Ciência da Informação da UNESP, que é uma atividade que ajuda a desenvolver nossa capacidade científica como pesquisadores.

DC: Agora que concluiu a tese, o que mais recomendaria a outros doutorandos e mestrandos que tomassem seu trabalho como ponto de partida?

IL: Como pesquisador gostaria que outros doutorandos e/ou mestrandos tomassem meu trabalho como ponto de partida, porque isso faz parte do continuum de uma investigação científica. Gostaria, também, que outros pesquisadores pudessem confrontar a minha pesquisa, porque só assim se qualifica uma investigação científica.

DC: Como acha que deve ser a relação orientador-orientando?

IL: A relação entre ambos deve ser sempre profissional, podendo até criar laços acadêmicos mais duradouros, no âmbito da própria genealogia acadêmica. Um orientador assume o papel de guia, e um guia é aquele que não deixa os seus se perderem. Particularmente, tive a melhor orientadora que alguma vez poderia sonhar. Com uma disciplina profissional e ética fora do comum, mas, acima de tudo, alguém que não limita a capacidade criativa dos seus orientandos. Alguém não fica implicando porque um texto seu não foi citado. Alguém não implica, porque não foi colocada como primeira autora, alguém que não implica, porque o orientando participou de outras pesquisas nas quais ela não é partícipe. 

DC: Sua tese gerou algum novo projeto de pesquisa? Quais suas perspectivas de estudo e pesquisa daqui em diante?

IL: A tese ainda não gerou um projeto específico, mas há perspectivas de curto prazo nesse sentido. Doravante, espero continuar a fazer pesquisas na área, bem como contribuir na institucionalização da Ciência de Informação em Moçambique, que é um campo ainda emergente e com incipiência de pesquisas no país.

DC: O que o Programa de Pós Graduação fez por você e o que você fez pelo Programa nesse período de doutorado?

IL: Tive a oportunidade de fazer parte do melhor PPGCI do Brasil, com docentes que antes só me eram acessíveis por meio de suas produções acadêmicas. Tive acesso a uma excelente infraestrutura de pesquisa, incluindo alguns auxílios para eventos e para a coleta de dados. O programa deu-me a oportunidade de compreender as dimensões múltiplas da internacionalização, mas acima de tudo, e com todas as ressalvas, incutiu-me a ideia de que a sobrevivência na Pós-graduação somente é possível por meio da produção acadêmica. Talvez eu tenha feito pouco em relação ao que recebi do programa, mas, primeiro, contribui com algumas pesquisas, que acredito que tenham contribuído para que o programa tivesse, hoje, o Conceito 7. Estreitei as relações entre o PPGCI e a Escola Superior de Jornalismo de Moçambique, que culminou com um memorando entre a UNESP e ESJ. Com base nesse acordo, o PPGCI/UNESP está implementado um Doutorado Interinstitucional, cujos beneficiários são os docentes e pesquisadores [meus colegas de trabalho] da Escola Superior de Jornalismo – Moçambique.

DC: Você por você!!!

IL: Apesar de focalizar temas de competência em informação, comportamento informacional e comunicação científica, considero-me um pesquisador da área da Ciência da Informação. Mas prefiro sintetizar o meu “eu” acadêmico problematizando o próprio espaço acadêmico, utilizando a noção de “crueldade acadêmica”, termo emprestado da professora Leilah Bufrem. A academia é um espaço instigante que nos permite participar dos processos de construção de conhecimento que contribui para o desenvolvimento da sociedade. Porém, as características que o representam têm alguns elementos de crueldade. A palavra crueldade talvez tenha alguma dose de exageros, porque pode indiciar a negatividade da prática acadêmica, mas pelas peculiaridades que o ambiente acadêmico tomou, talvez, seja a expressão mais adequada para representá-lo. Há crueldade acadêmica, porque é um ambiente que, para além de estimulante, é também desafiante, exigente, desgastante e, por vezes, frustrante. A excessiva exigência é também uma forma de crueldade acadêmica, porque exige de nós um nível próximo da perfeição e respostas, muitas vezes, imediatas a determinados enigmas. Considero-o frustrante, porque nem sempre conseguimos acompanhar o ritmo da exigência que, às vezes, tem trazido problemas como a baixa autoestima e a depressão. A crueldade atinge o ponto mais alto com a saga produtivista, na qual a nossa identificação é confundida com o conjunto de itens descritos no Currículo Lattes. É esta crueldade que representa o atual sistema, que elimina as intersubjetividades em favor dos processos quantitativos da ciência, que eliminam os pressupostos de uma ciência cada vez mais humanizada. Há crueldade acadêmica quando a ciência é feita para dentro da comunidade acadêmica e sem articulação com a sociedade. Essa ciência nota-se com a excessiva codificação, apenas, compreensível a uma pequena elite que compõe essa comunidade. Quer dizer, a elitização do espaço acadêmico é uma das formas de crueldade. Mas existe também uma crueldade positiva, aquela que instiga qualquer pesquisador. É constatar que o que era suposto que fosse uma conclusão de pesquisa, é, afinal, o início de novas interrogações. Ou seja, uma pesquisa sem um fim aparente se confunde com a crueldade acadêmica. Apesar de desgastante, é uma crueldade positiva e necessária lidar com a pressão dos prazos, porque isso, torna-nos, cada vez mais, disciplinados nas nossas atividades dentro e fora da universidade.


Entrevistado: Ilídio Lobato Ernesto Manhique

Entrevista concedida em: 10 mar. 2023 aos Editores.

Formato de entrevista: Escrita 

Redação da Apresentação: Herta Maria de Açucena do Nascimento Soeiro

Fotografia: Ilídio Lobato Ernesto ManhiqueDiagramação: Herta Maria de Açucena do Nascimento Soeiro

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