Estudo da Universidade Estadual de Londrina analisa o papel dos bibliotecários como multiplicadores da competência em informação
Estudo da Universidade Estadual de Londrina analisa o papel dos bibliotecários como multiplicadores da competência em informação
Pesquisadora traz uma reflexão sobre a importância dos indivíduos terem condições de buscar, avaliar e utilizar a informação de forma a atender suas necessidades de maneira crítica e como os bibliotecários podem ser multiplicadores dessa competência.
A informação pode ser considerada fundamental para o desenvolvimento humano, seja a informação comunicada entre as pessoas, a informação genética transmitida de geração em geração ou, ainda, a informação que a pessoa processa e transforma em conhecimento.
Vivemos em uma época em que a informação se manifesta por meio de múltiplas facetas e em distintos níveis. Porém, é importante diferenciar dado de informação.
De acordo com artigo publicado na revista de Ciência da Informação, dado é entendido como uma sequência de símbolos quantificados ou quantificáveis. Portanto, toda forma de texto é um dado, seja esse texto escrito, sonoro, imagético ou imagético-sonoro; mesmo que ininteligível ao leitor.
Já a informação é uma abstração informal, que representa algo significativo para alguém através de textos, imagens, sons ou animação.
Ou seja, é possível entender que a informação pode ser os dados analisados. Mas será que todo o indivíduo tem essa capacidade?
A competência em informação é o conjunto de habilidades, conhecimentos e atitudes relacionados à informação. Ou seja, a competência em informação envolve diversas habilidades e ações. Alguns exemplos: a avaliação da fonte em que a informação se encontra disponível, da autoridade de quem a escreveu e do valor dessa informação no contexto em que será utilizada.
Desta forma, a competência em informação transpõe as necessidades acadêmicas ou profissionais e se torna essencial para que sujeitos possam desempenhar seu papel como cidadão na sociedade. Além disso, também traz condições para que as pessoas questionem criticamente as estruturas dominantes estabelecidas.
A competência em informação também contribui para a capacidade de responder às necessidades informacionais, o cuidado com as consequências éticas e sociais de seu uso, a comunicação desta informação de maneira clara, dentre outros fatores que perpassam o processo informacional.
E para trazer contribuições na compreensão deste tema, um Estudo da Universidade Estadual de Londrina (UEL) analisa a influência da metacognição nas ações dos bibliotecários multiplicadores da competência em informação.
A metacognição diz respeito à capacidade dos sujeitos de refletir sobre seu próprio processo de aprendizagem, estabelecendo relações com a competência em informação e o planejamento de ações para formação de usuários. Mas como a metacognição influencia nas ações dos bibliotecários multiplicadores da competência em informação?
Tanto os usuários quanto os bibliotecários utilizam as estratégias metacognitivas para planejar e desenvolver ações, sejam elas de busca e uso da informação ou de desenvolvimento de habilidades informacionais.
Ou seja, a metacognição perpassa o desenvolvimento de pensamentos mais críticos e reflexivos, que são essenciais no desenvolvimento da competência em informação e na atuação do bibliotecário multiplicador.
Além disso, a pesquisadora Ana Maria Mendes Miranda, egressa do curso de mestrado do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da UEL e autora do estudo, sob a orientação da professora Dra. Adriana Rosecler Alcará, traz algumas reflexões sobre como o bibliotecário multiplicador da competência em informação é essencial em um contexto de compartilhamento rápido e dinâmico da informação.
Na visão da pesquisadora, é papel deste profissional promover a formação de sujeitos capazes de lidar com o fluxo informacional constante e que possua condições de buscar, avaliar e utilizar a informação de forma a atender suas necessidades de maneira ética e crítica.
Baseando-se em ampla fundamentação teórica, Ana Maria Miranda destaca que, apesar das tecnologias terem ampliado as condições de acesso à informação em grande parte da sociedade, ainda há lugares, principalmente países emergentes e subdesenvolvidos, em que a democratização da informação não foi alcançada plenamente. Ou seja, apesar do grande volume de informações disponibilizadas, principalmente na internet, há o prejuízo de acesso às informações relevantes e confiáveis.
Neste contexto, o bibliotecário multiplicador pode exercer um papel importante. Por meio da utilização de uma gama distinta de conhecimentos, atitudes e estratégias cognitivas e metacognitivas, ele poderá desenvolver ações que, de fato, formem estes sujeitos para o ambiente informacional atual. E, neste sentido, a pesquisadora conclui que as estratégias metacognitivas se apresentam como pano de fundo para o desenvolvimento de ações por parte do bibliotecário multiplicador da competência em informação. Essas estratégias, somadas às habilidades didáticas, pedagógicas e humanas, permitem ao bibliotecário a formação de sujeitos muito mais conscientes e reflexivos para lidar com a informação.
Acesse a dissertação em:
MIRANDA, Ana Maria Mendes. Multiplicadores da competência em informação e o uso da metacognição nas ações formadoras. 2020. 172 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2020. Disponível em: http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000232768 . Acesso em: 01 fev. 2022.
Redação: Alessandra Giovana F. da S. O. Borges
Revisão: Pedro Ivo Silveira Andretta
Diagramação: Marcos Leandro Freitas Hübner