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v. 1, n. 1, mar. 2023
Entrevista com Arysa Cabral Barros sobre a pesquisa com o Empreendedorismo na Biblioteconomia

Entrevista com Arysa Cabral Barros sobre a pesquisa com o Empreendedorismo na Biblioteconomia

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Entrevista com Arysa Cabral Barros sobre a pesquisa com o Empreendedorismo na Biblioteconomia

Arysa Cabral Barros
arysa.cabral@ufca.edu.br

Em 2019, a bibliotecária cearense Arysa Cabral Barros iniciou o mestrado no Programa de Pós-Graduação em Biblioteconomia da Universidade Federal do Cariri, abrindo mão de atividades como trilhas, ler, assistir filmes/séries, passear com seus pets, para desenvolver seu projeto, sob orientação da Profª. Drª. Maria Cleide Bernardino.

Em 2021, apesar da pandemia, Arysa defendeu com sucesso sua dissertação “Empreendedorismo na Biblioteconomia: atuação do bibliotecário empreendedor no âmbito dos serviços informacionais”, sob a avaliação atenta de sua orientadora, além das professoras Dra. Elieny do Nascimento Silva e Dra. Bárbara Coelho Neves.

Em sua dissertação, Arysa, que atualmente atua como professora universitária do Curso de Biblioteconomia do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da UFCA, discorreu sobre as mudanças no mercado de serviços informacionais e como o empreendedorismo pode contribuir para o campo na Biblioteconomia. Como resultado, a pesquisadora concluiu que as práticas empreendedoras se configuram como uma excelente estratégia de negócio para os bibliotecários buscarem oportunidades fora do mercado de informação tradicional.

Pedimos à Arysa para relatar sua experiência no mestrado e sua experiência enquanto pesquisadora, que prontamente respondeu ao nosso pedido!

Divulga-CI: O que te levou a fazer o mestrado e o que te inspirou na escolha do tema da tese

Arysa Cabral: Durante a graduação, surgiu o interesse pela docência. Assim, como eu desejava seguir a carreira acadêmica, algumas professoras me incentivaram a participar do processo seletivo. Foi muito corrido, na época eu estava finalizando a monografia e tive que escrever o anteprojeto, mas deu tudo certo. Quanto ao tema, não foi o mesmo que entrei no mestrado, o meu anteprojeto tinha como temática a mediação cultural em centros comunitários, na primeira orientação a professora Cleide sugeriu como temática o empreendedorismo, pois eu já trabalhava com serviços bibliotecários de forma autônoma, então vi a possibilidade de expandir o conhecimento sobre as práticas empreendedoras dentro da Biblioteconomia.

DC: Quem será o principal beneficiado dos resultados alçados?

AC: Acredito que o público mais beneficiado são os profissionais em Biblioteconomia que desejam empreender no mercado informacional, pois a pesquisa aborda um leque de serviços em diferentes eixos de atuação.

DC: Quais as principais contribuições que destacaria em sua dissertação para a ciência e a tecnologia e para a sociedade?

AC: Dentro do eixo da ciência e tecnologia, destaco as oportunidades da atuação bibliotecária para se empreender no ramo informacional e digital frente ao desenvolvimento de: a) aplicativos, programas e sistema de informação; b) pesquisas de mercado para patenteamento de novos produtos; c) mapeamento de fontes gerais e especializadas de informação; d) criação de repositórios institucionais em universidades; e, e) web design: elaboração de guia e manuais das diversas áreas do conhecimento. Além disso, evidencio a importância dessas práticas na produção e comunicação científica, que necessita de profissionais capacitados para disseminar as informações para a sociedade, a partir da representação, armazenamento, preservação e transferência da informação, o bibliotecário empreendedor poderá contribuir e auxiliar no desenvolvimento dos Parques Científicos e Tecnológicos, promovendo a cultura da inovação, da competitividade e da capacitação empresarial.

DC: Seu trabalho está inserido em que linha de pesquisa do Programa de Pós Graduação? Por quê?

AC: Está inserido na linha de “Produção, Comunicação e Uso da Informação”, por delinear o uso da informação no mercado de trabalho empreendedor.

DC: Citaria algum trabalho (artigo, dissertação, tese) ou ação decisiva para sua tese? Quem é o autor desse trabalho, ou ação, e onde ele foi desenvolvido?

AC: Cito duas obras que foram essenciais para minha pesquisa: “O profissional da informação: formação, perfil e atuação” organizado pela Marta Lígia Pomim Valentim e “Empreendedorismo na Biblioteconomia” organizado pela Daniela Spudeit.

DC: Quais foram os passos que definiram sua metodologia de pesquisa?

AC: A caracterização das técnicas e etapas da pesquisa foram realizadas através do método bibliográfico em livros, periódicos eletrônicos e portais de informação científica, tais como: SciELO, Google Acadêmico, Portal de Periódicos da CAPES, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD). Optou-se pelo estudo de caso como estratégia de pesquisa, com uma amostra de 24 iniciativas biblioteconômicas com situação cadastral ativa, isto é, empresas regularizadas, aptas a atuarem legalmente com a prestação de serviços. Ademais, o locus da pesquisa foi a Região Nordeste e os sujeitos foram os bibliotecários autônomos.

DC: Quais foram as principais dificuldades no desenvolvimento e escrita da dissertação?

AC: Dentre as dificuldades encontradas, cito a necessidade de uma base de dados sobre os empreendimentos bibliotecários e os serviços que estes disponibilizam, o que facilitaria a localização de informações para futuras pesquisas, bem como, a possibilidade de um espaço para os bibliotecários empreendedores analisarem seus concorrentes e seus clientes selecionarem a melhor opção de serviço com base em sua demanda informacional. Sob tal adversidade, aponta-se a indispensabilidade de ações proativas dos Conselhos Regionais de Biblioteconomia (CRBs) dentro desta perspectiva do empreendedorismo, em que poderão criar ambientes de informação em seus sites sobre os profissionais que estão atuando com práticas empreendedoras.

DC: Em termos percentuais, quanto teve de inspiração e de transpiração para fazer a tese?

AC: Não consigo ser precisa quanto aos termos percentuais, mas acredito que a transpiração foi maior que a inspiração. Fiz a minha dissertação durante o isolamento da pandemia, então tive muita dificuldade em me concentrar e buscar inspiração para escrever.

DC: Teria algum desabafo ou considerações a fazer em relação à caminhada até a defesa e o sucesso da dissertação?

AC: Planejamento, algo que faltou nessa minha caminhada e que faria a diferença na gestão de tempo.

DC: Como foi o relacionamento com a família durante este tempo?

AC: Muito tranquila, sempre tive apoio da minha família.

DC: Agora que concluiu a dissertação, o que mais recomendaria a outros mestrandos que tomassem seu trabalho como ponto de partida?

AC: Abra sua mente para as possibilidades que a Biblioteconomia pode oferecer.

DC: Como você avalia a sua produção científica durante o mestrado (projetos, artigos, trabalhos em eventos, participação em laboratórios e grupos de pesquisa)? Já publicou artigos ou trabalhos resultantes da pesquisa? Quais você aponta como os mais importantes?

AC: Não tive produção científica, escrevi artigos durante as disciplinas, mas não publiquei. Quanto aos resultados da dissertação, publiquei um artigo com as considerações parciais do trabalho e estou para publicar a versão final esse ano.

DC: Desde a conclusão da dissertação, o que tem feito e o que pretende fazer em termos profissionais?

AC: Passei em um concurso para professora substituta na UFCA e estou atuando enquanto docente na graduação em Biblioteconomia.

DC: Pretende fazer doutorado? Será na mesma área do mestrado?

AC: Sim, pretendo fazer doutorado na área da Ciência da Informação.

DC: O que faria diferente se tivesse a chance de ter começado sabendo o que sabe agora?

AC: Teria me dedicado à produção científica e participaria de eventos, isso faz a diferença nas vivências dos pesquisadores e reflete também na escrita.

DC: O que o Programa de Pós Graduação fez por você e o que você fez pelo Programa nesse período de mestrado?

AC: O mestrado expandiu meus conhecimentos, me fez ter um carinho e apreciação maior pela área que desejo atuar. Meu retorno para o programa foi mínimo, além da dissertação, por ser um mestrado profissional, temos que criar um produto. Seguindo minha temática, escrevi um modelo de negócios.

DC: Citaria algum trabalho (dissertação/tese ou projeto) decisivo para sua dissertação? Quem é o autor deste trabalho e onde ele foi desenvolvido?

AC: A dissertação da Críchyna da Silva Madalena intitulada “Competências empreendedoras para prestação de serviços de informação por bibliotecários no Brasil” defendido no Mestrado em Gestão de Unidades de Informação em 2018.

DC: Você por você:

AC: Tudo que eu vivi valeu a pena, faz parte do que eu sou. As horas que eu passei estudando, as coisas que abdiquei para chegar onde eu estou. Se eu imaginava? Jamais. Ser a primeira da minha família a conseguir um mestrado e hoje está atuando como professora universitária. Se foi fácil? Nenhum pouco. Passava o dia na universidade durante a graduação, já no mestrado, trabalhava e estudava. Esforço, esforço e esforço. E tudo isso reflete no que eu sou e nas minhas conquistas.


Entrevistada: Arysa Cabral Barros
Entrevista concedida em: 19 jan. 2023 aos Editores.
Formato de entrevista: Escrita 
Redação da Apresentação: Pedro Ivo Silveira Andretta
Fotografia: Arysa Cabral Barros
Diagramação: Pedro Ivo Silveira Andretta

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